Ao analisarmos as orações que compõem um período composto, existe um inimigo principal: a pressa! Muitos alunos, sem paciência para isolar as orações e classificá-las somente após interpretá-las, acabam fazendo uma análise rápida e incorreta. Observe a tirinha abaixo:
Uma análise rápida poderia fazer o aluno interpretar as orações da seguinte maneira:
SOU TÃO BEM ATENDIDA NESSA LOJA = ORAÇÃO PRINCIPAL
(não introduzida por nenhuma conjunção)
QUE NEM TENHO VONTADE = *ORAÇÃO SUB. ADV. COMPARATIVA
(introduzida pelo conectivo "que nem", sinônimo de "tal qual")
DE IR EMBORA = *OR. SUB. SUBST. OBJETIVA INDIRETA (REDUZIDA)
(substituível por "disso", completando o sentido do verbo "tenho")
A análise acima, apesar de parecer correta, não está. A única oração analisada coerentemente com as regras da norma culta é a primeira. Vejamos a análise correta.
SOU TÃO BEM ATENDIDA NESSA LOJA = ORAÇÃO PRINCIPAL
(não introduzida por nenhuma conjunção)
QUE NEM TENHO VONTADE = *ORAÇÃO SUB. ADV. CONSECUTIVA
(introduzida pelo conectivo "que" e sucedendo o advérbio "tão")
DE IR EMBORA = *OR. SUB. SUBST. COMPLETIVA NOMINAL (REDUZIDA)
(substituível por "disso", completando o sentido do nome "vontade")
As confusões se dão, principalmente: pela coincidência entre a conjunção "que" e o termo "nem" (usado como advérbio nesse caso), que ficou igual a expressão comparativa "que nem"; e pela pressa em, ao substituir por "disso", achar que a oração é objetiva indireta, quando na verdade ela também pode ser completiva nominal, por estar completando um nome.
Fonte: http://lauroportugues.blogspot.com.br